sábado, 20 de novembro de 2010

My Teaching Philosophy

Alguns dias atrás, folheava uma revista e num artigo de opinião, cujo titulo “Sal e Pimenta “ centrei a minha atenção. A Escola de Hoje era o subtítulo.
  
Nesse artigo, e na primeira pessoa, um jovem que dizia não se interessar nada por “coisas de estudo “ e essas “cenas foleiras “, queria manifestar a sua opinião sobre os trabalhos de casa, o chegar a horas, o estudar, o ser necessário ler. Dizia então o jovem:
“atão não estamos lá para que nos ensinem? Eles que se esforcem, para isso é que lhes pagam…
Tá certo, não dou para estudos, sou melhor a curtir um som, tenho 19 anos nunca mais quero saber da escola!
Vou para o rendimento como o meu pai e aí é que vai ser curtir! Já está na altura de me pagarem o que me devem: o meu merecido sustento! “
                                                                                                                        
Será este um caso de provas de recuperação e mais provas de recuperação a matemática, a inglês, a português…?
Talvez sim. Para saber ler as letras das canções quando está a “curtir “ um som, ou a fazer a contabilidade da colecção de CDs.

Numa época em que a requalificação dos espaços escolares serve de propaganda politica, seria útil que também fosse uma época de “requalificação” de métodos e de mentalidades.

Deixemo-nos de pedagogias de gabinete.

Considerando que, cada aluno numa sala de aula apresenta características próprias e um conjunto de valores e informações que os tornam únicos e especiais, constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da escola hoje é trabalhar com essas diversidades na tentativa de construir um novo conceito do processo ensino aprendizagem.

Não é esta a requalificação escolar que queremos. Queremos desafios. Desafios com programas multidisciplinares de cariz mais técnico atribuindo competências especificas com vista a avaliar tendo em conta o perfil do aluno á saída do ciclo de formação. É este o desafio de cada aula, a discriminação positiva, a valorização do estudo, do comportamento, da iniciativa, da sociabilização, da responsabilidade e da compreensão da Língua Portuguesa.
Para quê?
Para premiar o mérito.
Ser um aluno diferenciado.
Podemos até desvalorizar o propósito de atribuição de mérito àqueles que nada mais têm a fazer do que estudar. Estudar nesta escola em que se promove o facilitismo, em que se reduz o tempo de aprendizagem com processos Bolonha, então que mérito tem esta diferenciação?
Tem o mérito, que a sociedade permitiu dar a estes jovens de hoje. Polivalentes, poliglotas, multidisciplinares, cidadãos do mundo, trabalhadores incansáveis na procura de novas oportunidades e desafios.
É este o mérito da oportunidade, das novas oportunidades. Conceder oportunidades á oportunidade perdida, porque o que eu “gostava era de curtir um som “mas agora o que eu gosto é de “ganhar o meu sustento”. Valeu a pena andar na escola diria agora o jovem que denunciava o saber ler, saber estudar, saber fazer quando tinha 19 anos e nenhum mérito.

A escola tende a uniformizar-se de norte a sul, este a oeste, sem conhecer os seus alunos, as suas expectativas e objectivos. 
Com vista a promover o sucesso educativo, mas sem recurso a provas de recuperação, cada professor pode fazer a diferença na vida dos seus alunos.

Valores e atitudes têm actualmente um peso de 35% nos critérios de avaliação, sabendo cada professor, desde logo, que esses valores são os valores que cada aluno traz do seu seio familiar, do exemplo dos seus pares, das suas experiências e orientações.

Estabelecido este compromisso, a escola requalificada na sua estrutura física, poderá propor-se á requalificação dos seus recursos humanos. Necessário será, por isso, o regresso a acções de formação.

Podemos questionar – Para que fim?
Para ensinar conteúdos e fomentar o pensamento crítico.
Ensinar é fácil?
É fácil, quando se faz com dedicação, com profissionalismo desafiando o método e requalificando estratégias.

Aprender é difícil?
É difícil, quando não se criam oportunidades orientadas por valores e atitudes com vista a ultrapassar os medos e a ganhar o sucesso.

Bem hajam os professores da escola de hoje que foram os alunos da escola de ontem.

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